Um fato que nos orgulhou muito nos últimos anos foi ver as universidades estaduais vinculadas à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Estado de São Paulo sempre muito bem posicionadas nas avaliações nacionais e internacionais. Esses levantamentos se baseiam principalmente na qualidade e relevância da produção científica no ambiente acadêmico, e as nossas instituições se destacaram em todos.
Um exemplo é a presença da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) entre as 10 melhores da América Latina e do Caribe na respeitada lista do QS Latin America & The Caribbean, em outubro passado, na qual a USP aparece em primeiro lugar. Nesse ranking, capitaneado pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS), a Unesp saltou da 10ª para a 8ª colocação em relação ao ranking anterior. A Unicamp aparece na terceira posição. Foram avaliadas 437 instituições de 23 países.
Um outro exemplo a se destacar pode ser o ranking da revista Times Higher Education (THE), do Reino Unido, que voltou a colocar a USP no top 200 das melhores universidades do mundo (199ª colocação), após 12 anos desde a última aparição. Foram analisadas 2.092 universidades em 115 países.
Ainda falando de nossas instituições estaduais de nível superior, mesmo um pouco fora do contexto da produção científica, vale destacar que, em 2024, a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) também atingiu marca digna de distinção, tornando-se a maior universidade pública do Brasil em número de alunos de graduação – nada menos que 80 mil matriculados.
O levantamento, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), foi divulgado em outubro, mostrando a relevância do ensino a distância no contexto social atual. Ressalta-se ainda que, nos cursos avaliados pelo sistema Enade, o desempenho médio dos alunos da Univesp é geralmente superior ao da maioria das instituições, inclusive se comparado às públicas presenciais.
Apesar do alto desempenho no campo acadêmico (notadamente científico), esses resultados ainda não refletem aumento de produtividade em se tratando de inovação no Brasil, na mesma proporção. Ou seja, o que se produz no âmbito da academia não se materializa em benefícios objetivos para a sociedade. Para se ter uma ideia, o Brasil está na 50ª posição no Índice Global de Inovação 2024, divulgado em setembro pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
Embora seja o líder dos países da América Latina e do Caribe nesse ranking que avalia o trabalho de 133 nações, e estejamos escalando (éramos o 54º país da lista em 2022), sabemos que o nosso potencial é muito maior. Em número de artigos científicos publicados em periódicos referenciados, o Brasil é o 13º do mundo (publicações na Web of Science), sendo 46% produzidos no Estado de São Paulo.
Sendo a Inovação a ponta do processo de produção científica em muitos casos, é importante identificar o gargalo que impede nosso país de reverter todo esse trabalho valioso, tanto quantitativa como qualitativamente, em ganho mensurável e real para a sociedade. Engana-se quem acha que somente trabalhos de pesquisa em áreas como Engenharia e Medicina, por exemplo, podem se transformar em benefício social.
A área de Humanas – pesquisas de História e Sociologia e de outras disciplinas correlatas, para exemplificar – também pode e deve ser considerada para alavancar o desenvolvimento de um país e promover qualidade de vida para as pessoas.
Considerando essa realidade, o governador Tarcísio de Freitas e a equipe da SCTI, em conjunto com essas universidades estaduais paulistas (que são as únicas no país que têm total autonomia administrativa e financeira), trabalham no sentido de alinhar o trabalho dos pesquisadores com o objetivo de produzir inovação com o mesmo vigor.
Para isso, o Governo Estadual vem incentivando, estimulando e aprimorando os ambientes de inovação do nosso Estado, bem como apoiando as empresas inovadoras.
Assim, promovemos uma interação saudável e necessária para alcançar o principal objetivo de qualquer governo sério e comprometido, que é, ao final de todo o processo, melhorar a qualidade de vida das pessoas.